Sempre lendo e debatendo sobre assuntos religiosos, me pergunto freqüentemente qual seria a origem de certos fundamentos comuns a todas as religiões, como a vida pós-morte.
A tendência do pensamento ateu é achar que a idéia de vida após a morte é na verdade uma espécie de covardia. Ou seja, apenas mais uma história bonita para que as pessoas não tenham que encarar de frente o fato de que a morte é inevitável. Mas quando uma pessoa de quem você realmente gosta morre, fica fácil entender de onde vêm essas idéias.
Não é a apenas a noção popular do conforto. Até porque o fato de você "saber" que a pessoa querida está no "paraíso", ainda que você acredite que ela está olhando por você, não é tão reconfortante assim. Afinal ela continua inacessível e nunca mais vai existir nesta realidade em que vivemos.
Mas quando as pessoas próximas daquela que faleceu se reunem, mesmo após alguns anos, é inevitável citar o nome daquele que esteve junto tantas vezes, em tantas histórias. Ao ouvir uma piada você lembra que foi ele quem contou pela primeira vez (e já não tinha graça). A conversa passa por muitos assuntos e cada um lembra silenciosamente da opinião daquela pessoa sobre algo que está sendo dito.
Quando todos na roda de amigos o conheciam, todos sentem a sua falta e todos lembram da voz, do jeito, das piadas, das histórias... É como se ele estivesse ali. Há um sentimento muito forte de que a pessoa não se foi realmente, mesmo naqueles que presenciaram o enterro e sabem que aquele que se foi voltou a um pó que em breve fará parte de outros seres, outras vidas e outras lembranças.
3 comentários:
Viu isso?
http://wp.me/pqUGi-RZ
Do "The Thinking Atheist" :)
Ahhh... tb coloquei lá proce:
http://ejungle.wordpress.com/2010/03/12/o-evangelho-do-monstro-de-espaguete-voador/
[]s
Fred
Belo texto. Parabéns. João
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